quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Uma Exposição de Respeito, Um Catálogo Sem Respeito Algum
Ao entrar na galeria principal da Pinacoteca do Estado toma-se logo de cara dois choques: o primeiro devido a cor das paredes, vermelhas do chão ao teto e vermelhas de um vermelho muito vivo; chega-se a pensar que o vermelho pode ser o novo azul, cor que teima em aparecer cada vez mais em paredes de mostras fotográficas. O segundo por conta das quatro cópias preto e brancas com imagens feitas por Gaspar Gasparian na década de 60. Montadas duas a duas, elas formam um quadrado de quatro molduras quadradas. Em cada moldura uma imagem, igualmente quadrada, mostrando uma escada espiral redonda, vertiginosa.


Ao choque inicial soma-se outros. A mostra é extensa, são cerca de 150 imagens, que cobrem as mais variadas facetas da produção de Gasparian. Dentre elas fotografias de cenas urbanas e detalhes gráficos achados também na rua, fotos de objetos e still lifes feitos com luzes contínuas em estúdio e até mesmo fotografias de natureza. As fotos externas são sempre fotografadas em médio formato e quadrado, enquanto as de estúdio são feitas em grande formato, 4x5. Mas como saber disso se as ampliações das fotos urbanas são quase todas retangulares?! Elementar, (não) diria Sherlock Holmes. Os organizadores da mostra foram geniais a ponto de mostrar ao lado de muitas das imagens uma pequena cópia contato com as marcações de corte feitas pelo autor. Podemos ver a imagem do negativo todo, quadrado, com a marcação retangular e a cópia final, lado a lado, a nos mostrar a escolha do fotógrafo, sua maneira de olhar e de trabalhar aquilo que foi visto. Quaisquer adjetivos que eu possa imaginar não seriam a melhor forma de qualificar a mostra, seriam apenas palavras. É preciso ir à Pinacoteca e ver por si mesmo. 


Depois de ver as imagens e os contatos e câmeras, diplomas e livros do fotógrafo, o óbvio a se fazer é correr para a loja da Pinacoteca e comprar o catálogo da exposição! Seria a melhor forma de fechar a mostra com chave de ouro, mas foi justamente o que não aconteceu. Você pode até ir à loja da Pinacoteca e ver o catálogo à venda; difícil é acreditar que o catálogo seja realmente o catálogo dessa mostra. Por que?! Elementar, meu caro, infelizmente elementar. A impressão do catálogo é de péssima qualidade, com a grande maioria das imagens impressas ou muito mais claras ou muito mais escuras que as imagens da mostra. Parece mesmo que nem prova de gráfica houve. E se realmente houve, então não houve quem olhasse pra ela com qualquer propriedade, pra não falar em rigor. Impressão não publicitária no Brasil sempre foi um problema, sabemos disso. Mas errar a esse ponto é passar dos limites com os quais somos obrigados a conviver.
Não bastasse isso, o catálogo torna-se uma decepção completa, praticamente uma falta de respeito para com o fotógrafo, devido a uma decisão editorial. Muitas das imagens da mostra, aquelas mesmas que estão ao lado do respectivo contato, aparecem no catálogo quadradas, como no contato, sem nem ao menos as marcas de corte indicadas por Gasparian. E o pior, Gaspar já não está mais aqui para defender seu trabalho, seus cortes, suas cópias. 



O que foi feito de genial na mostra, foi estragado da pior forma possível no catálogo. Posso imaginar os mais variados motivos para essa decisão editorial, mas são, todos eles, péssimos motivos no fim das contas. E no fim das contas, as contas não fecham como poderiam, com chave de ouro. A mostra fica como que em aberto, mas não no bom sentido. Fica meio entreaberta, deixando passar uma corrente de vento, que leva de pouco em pouco a nossa memória dela. 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

O que é arte?

Essa pergunta é complexa demais para ser respondida apenas em um post em um blog, mas podemos começar a pensar a respeito com a ajuda de uns amigos neste vídeo.


Apesar da brincadeira, as abordagens são muito interessantes, principalmente quando alguns destes bichinhos colocam arte como simplesmente uma expressão de sentimentos e você nem precisa ir ao museu para ver, ela está em todos os lugares.

A produção artística, mesmo a coletiva, é o momento mais íntimo que uma pessoa pode ter consigo mesmo. Pelo menos é a opinião do macaco pintor. A arte não está apenas na mente de quem produz, mas  nos olhos de quem a vê.

Nenhum dos nossos amigos cita fotografia como forma de arte. Por que será que eles consideram até o Mr Potato mas nada de fotografia?

Ou afinal, arte é apenas o nome do amigo mexicano que gosta de jogar poquer? 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Black Passaport, o passaporte de Stanley Greene

Stanley Greene com o seu Black Passport tem feito muito barulho desde que foi lançado em 2009, tanto por suas imagens quanto pela sua ousada narrativa de uma história mais que pessoal.

Stanley pertence à geração de fotógrafos que foi movida pelo idealismo presente em imagens, ou seja uma foto era suficiente para mover o mundo, trazendo a motivação e a força que as pessoas precisavam para isso. O evento que marcou essa geração foi a Guerra do Vietnam, com imagens fortes dos seus campos de batalha que traziam as suas histórias para os noticiários noturnos e para as revistas semanais. Além disso, a sua passagem pelo grupo dos "Black Panthers"com certeza contribui muito para Stanley carregasse as suas imagens de idealismo.

Porém, Black Passport deixa de ser apenas um livro de fotos de guerra, ele toma a forma de biografia quase que com um toque de testamento. O seu texto está todo em primeira pessoa, mas praticamente isso não seria necessário pois o fotografo já está presente em cada seqüência de imagens dos conflitos, se colocando como testemunha, e deixando para os textos detalhes da sua vida.

Esta formula faz com que o livro deixe de ser apenas uma edição de fotografias para focar o seu autor. Talvez uma forma de voltar a realidade do dia a dia ou uma forma de transferir os conflitos dos campos de batalha para as ruas ou para a sala de estar. Esse aspecto é evidente desde o começo do livro quando Greene expõem o seu divorcio com a fotografia de moda como um conflito mostrado nas ruas de Paris e Berlim.

Black Passaport traz um desfile de imagens que Stanley se coloca muito mais como observador que critica as cenas que presencia, esta parte do livro vai desde 93 em Moscou até chegar em 2004 no Iraque, quando entra um retorno a década de 70 em San Francisco com a sua jornada mais íntima para as ruas e as drogas, novamente as suas questões pessoais invadem os conflitos que ele cobre. Esses conflitos não são paralelos mas complementares, nas suas relações de causa-efeito o que Stanley vivia nas ruas ele retrata nos campos de batalha.

Após esse período, as imagens do conflito no Iraque e no Afeganistão estão focadas nos soldados e nas pessoas que vivem esses eventos e lugares, como uma homenagem à coragem que estes tiveram ao enfrentar esses conflitos, que segundo o próprio Greene admite não ter tido na época da Guerra do Vietnam. Mais uma vez um resgate de sentimentos e dúvidas que o autor traz para as suas fotos.

Black Passaport por fim é o passaporte de Stanley Greene do idealismo para o interior de seus conflitos pessoais.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Imagem capturada: use e abuse

Alterar o resultado de uma "captura de imagem" sempre foi algo inerente à atividade fotográfica, os fotógrafos desde sempre cortaram, modificaram cores, exposição etc e acabavam por ter uma produção final diferente da que foi capturada no negativo, por exemplo.

Depois disso, era possível partindo do mesmo negativo produzir outras imagens que poderiam até ser bem diferentes do que foi capturado e trazer outras realidades. Pois esse processo é possível desde que a fotografia foi criada e nada mudou até hoje. Não mesmo?!?!?

No mundo digital a possibilidade tecnica de alterar e tratar uma imagem original se torna quase infinita, mas    até quando uma imagem suporta alterações? Será que os fotógrafos vão começar a fotografar menos e produzir mais a partir dos mesmos originais?

Há muita discussão a respeito da manipulação estética das imagens, mas o que deveria ter um pouco mais de foco é a alteração ou criação das mensagens que estas novas produções trazem. Há um limite para isso?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os pictorialistas estão chegando!




Na aula de ontem - quinta, 22.04.2010 - do Básico 2 estávamos nós falando de filmes Ortocromáticos, Pancromáticos e Infravermelhos. Na verdade, a intenção era alertar os alunos para o fato de que essas mídia "do passado" registram (ou não) luz colorida que vem dos objetos dependendo de sua sensibilidade (ou não) às cores das luzes. Filmes Ortocromáticos são "cegos" para luz vermelha e certos tons de luz laranja, por exemplo. Maçãs, laranjas, hidrantes e carros de bombeiros em geral vão sair muito escuros ou pretos quando fotografados por um filme assim. 

Além disso, a idéia era também provocar o aluno a mudar um pouco sua forma de pensar sobre cor e sobre a luz que vai dos objetos para a câmera ou para os nossos olhos. As coisas não têm cor. A cor que a gente vê é resultado de uma relação entre a cor da luz que incide sobre elas, elas próprias e a cor da luz que vai para o o receptor que está vendo. Luz é cor. Maçã não é vermelha. Maçã manda luz vermelha para a câmera, se cair luz vermelha nela. Se só cair luz azul, a maçã não manda luz nenhuma para a câmera, apenas absorve azul e fica "desiluminada". : )

Daí concluímos: às vezes podemos usar um filme que não enxerga vermelho, e às vezes, ainda que o filme enxergue vermelho, a maçã pode não "conseguir" mandar vermelho para o filme. Em ambos os casos, a imagem da maçã não terá o tom de cinza que nós esperaríamos. Ela ficará muito mais escura que isso.

Depois disso, e de vermos imagens fotografadas com filmes orto, pan e infa, passamos ao querido Popshops para simular o efeito de filmes orto, pan e infra em arquivos digitais capturados em cor. E é aqui que a imagem acima entra na história. Estávamos utilizando um arquivo cor para gerar um arquivo com o "jeitão" de infra e de infra colorido. O Popshops tem até uns presets para isso, mas o legal mesmo é fazer "na mão", por assim dizer.

Passo a passo fomos fazendo o exercício; eu observando a reação dos alunos:
- tornamos a imagem pb (gostaram mais do que capturar pb, mas não foi essa coca-cola toda)
- mexemos com camadas e canais e filtros (acharam complicado. será que vale a pena?)
- chegamos no "jeitão" infra (ah! legal! mas ainda assim nada do outro mundo)
- começamos a colocar cor e a imagem "saltou" na tela com um jeito de autochrome manipulado do começo do sec.XX. Aí "bicho pegou"! Aaaaaaahhhhh!!!!!!! Noooooooooooooossa!!!!!!!! Que liiiiiiiiindo!!!!!!!!!!!! Faz de novo! Faz de novo! Faz de novo! 'Peraí, peraí ... como é mesmo?!?!?!?!

Na hora em que a imagem perdeu a sua parescência com o real ao perder as cores, nada de mais ocorreu. Na hora em que o "efeito" infra entrou e o pb ficou diferente de tudo que eles viram, eles gostaram mas não foi aquilo tudo. Mas na hora em que a imagem adquiriu um "efeito" surreal em cor, do jeito que temos visto e conversado a respeito, aí sim eles se empolgaram. Pelo jeito, não só os Pictorialistas voltaram, como a audiência para eles está pronta e gostando e querendo ver mesmo imagens como essas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Porquê do Nome.

Fotografia Naturalista para Estudantes das Artes. Por quê?

Em 1889 comemorava-se os 50 anos do anúncio oficial da criação da fotografia. O Daguerreótipo, invenção que marcou o aparecimento público do processo na França e no mundo, já era obsoleto e pouco utilizado. A fotografia ocupava espaço entre as ferramentas mais utilizadas em áreas tão diferentes quanto a pesquisa astronômica e a produção comercial de retratos. É também em 1889 que George Eastman abre os portões para uma multidão de amadores que antes não tinha acesso a câmeras e filmes; os processos fotográficos até então eram de difícil manuseio e muito caros para serem usados pelo público em geral. Nos campos da filosofia e das artes os movimentos naturalistas, de negação e repúdio ao fazer científico, de ressentimento com a incapacidade do progresso industrial de acabar com as diferenças entre ricos e pobres estão “pegando fogo”.

Justo nessa época, em 1889, P.H. Emerson (1856-1936), um ex-cirurgião que abandonara a medicina para se dedicar à fotografia publica um trabalho de título "Fotografia Naturalística para Estudantes da Arte", um dos mais lidos e controversos de seu tempo.


Ao que parece, Emerson tinha objetivos bastante claros ao escrever a obra: questionar tanto o conteúdo quanto a forma utilizados pelo fotógrafos mais influentes da época, além de propor o seu método fotográfico a fim de elevar a fotografia ao status de arte. Por um lado, Emerson criticava o trabalho de expoentes como Henry Peach Robinson e O.G. Rejlander, acusando-os de praticar uma fotografia que quando muito copiava estilos da pintura. Seu livro pode mesmo ser considerado uma resposta ácida e afiada, ainda que indireta, ao escrito por Robinson em 1869 : “Efeito Pictórico em Fotografia.” Por duas décadas esse foi o livro mais influente compêndio sobre prática e estética fotográficas na Inglaterra. Emerson era radicalmente contra recriações de pinturas com a câmera fotográfica e afirmava: “Fotografem as pessoas como elas realmente são - parem de travestí-las com fantasias. (...) A técnica fotográfica é perfeita e não precisa desse tipo de (...) incompetência.” Além disso, Emerson também detestava os retoques de negativos e cópias, dizendo que era “o processo através do qual uma fotografia boa, má ou medíocre é convertida em um desenho ou pintura ruins.”

Ele também afirmava que o fotógrafo deveria imitar o funcionamento do olho humano em suas fotografias. Citando o trabalho de médicos e notando que os olhos não vêem uma cena toda em foco ao mesmo tempo, mas que focalizam seletivamente a cena que está diante deles, Emerson aconselhava o uso de foco seletivo, difusão periférica, escala tonal de baixo contraste e a subordinação de detalhes supérfluos. Tudo de maneira a mimicar a percepção visual humana nas fotografias. Em suas palavras: “Nada na natureza tem contornos duros, pelo contrário, todas as coisas são vistas sobre outras, e todos os contornos desaparecem gentilmente uns nos outros, muitas vezes tão sutilmente que você não consegue distinguir onde um termina e o outro começa. Nessa decisão e indecisão misturadas, nesse achar e perder está todo o charme e mistério da natureza.”


Curiosamente, apenas um ano após a primeira edição de seu livro, Emerson mudou de idéia quanto ao status da fotografia como arte. De fato, seu propósito inicial e maior sempre foi defender o processo fotográfico como uma das grandes artes, mas somente se todo e qualquer controle técnico estivesse à disposição do fotógrafo. Infelizmente, pesquisas feitas por cientistas e testadas pelo próprio Emerson mostraram que a escala tonal do negativo não podia ser ajustada de acordo com a vontade de fotógrafo após a exposição. Essa (im)possibilidade de ajuste na revelação era um de seus argumentos para defender o processo fotográfico como artístico. Sem ele, toda sua argumentação caía por terra. No fim do ano de 1890, Emerson publica um panfleto entitulado “A Morte da Fotografia Naturalista”. Em um dos trechos do panfleto lê-se: “As limitações da fotografia são tantas que, apesar dos resultados serem capazes de e às vezes realmente dão um certo prazer estético, o meio deverá sempre ser graduada com a mais baixa das artes.”

Mesmo assim, Emerson prosseguiu fotografando e publicando livros fotográficos, apesar de retirar qualquer referência à fotografia como arte quando da terceira edição de seu livro. De um modo e não de outros, Emerson influenciou em muito o movimento pictorialista fotográfico - grande parte das convenções adotadas por eles estão de acordo com seus métodos e pontos de vista - e certos autores dizem que seu livro marca a inauguração do movimento. Mesmo assim, os fotógrafos pictorialistas formavam um movimento de defesa da fotografia como arte, e usavam pesadas manipulações e retoques como forma de caracterizar cada cópia como única, da mesma forma como ocorre com outras obras de arte. Essas manipulações eram também uma maneira de protestar contra a padronização dos processos fotográficos causada pela industrialização da fabricação de filmes e papéis. (mais sobre pictorialismo em post futuro)


Uma coincidência: o primeiro prêmio ganho por uma fotografia de Alfred Stieglitz em um concurso foi dado por Emerson. Stieglitz viria a se tornar o presidente do mais influente grupo pictorialista americano, o PhotoSecession, responsável inclusive pelos avanços e modificações nos métodos e assuntos pictorilistas, que acabaram ajudando a por fim no movimento por volta de 1920.


Estamos em 2010 e a fotografia como nós conhecemos, em muitas instâncias já não é mais. Novas câmeras de uso simples e de baixo custo, incluindo aí telefones celulares, espalham o gosto de fotografar para milhões de pessoas. A internet abre a possibilidade de que essas imagens sejam compartilhadas publicamente. Todo o processo fotográfico de manipulação, antes restrito a profissionais e laboratoristas, passa a estar disponível aos amadores que tenham um computador. Não é preciso ser um mago do Photoshop, há programas simples e acessíveis onde pode-se ajustar e manipular imagens; algumas câmeras já vêm com certos recursos de manipulação e ajustes. Fotografa-se mais hoje do que em qualquer outra época. Os profissionais se sentem algo acuados com essa invasão, reclamando de uma visualidade medíocre e do fato de que hoje em dia qualquer um se diz fotógrafo. Esses mesmos profissionais pesquisam a fundo métodos de manipulação de imagem cada vez mais complexos, que por um lado permitem produzir imagens mais sofisticadas do que qualquer amador jamais poderia imaginar, e por outro acabam por redefinir parâmetros técnicos, de produção e estéticos. Essas imagens ficam cada vez mais parecidas umas com as outras, a ênfase muito mais na técnica de manipulação utilizada do que no conteúdo e na forma do registro. Imita-se talvez uma estética baseada nas imagens publicitárias, de alto impacto superficial, mas com conteúdo aprofundado pobre. Em algum lugar, os pictorialistas do passado estão observando isso tudo e sorrindo, ou não. Em algum lugar, é provável que um descendente indireto de P.H. Emerson esteja preparando um texto seminal para orientar esse povo todo. Estamos em 2010? Ou novamente em 2010? : )

visualize e baixe o livro de Emerson na íntegra aqui

links interessantes sobre Emerson:

www.luminous-lint.com/app/photographer/Peter_Henry__Emerson
people.netcom.co.uk/j.stringe/page3.html
www.rleggat.com/photohistory/history/emerson.htm